A mais nova doença mental está a todo vapor
Por Beatriz Avellar*
O VÍCIO
Cada um tem sua teoria. Cada um cogita de maneiras diferentes. Porém ninguém é páreo para negar a dependência da internet. Já considerada oficialmente um transtorno mental e psicológico, é diagnosticado dependente da internet aquele que tem sua vida pessoal, profissional e sentimental afetada pela permanência na web. Diversos casos de compulsão vêm surgindo ou até mesmo crescendo em diferentes países sem controle, preocupando aqueles que realmente se importam com as gerações futuras.
Muitos se perguntam se este vício realmente existe ou trata-se apenas de uma fase, onde a nova era de jovens e adolescentes sai do básico e entra para o mundo dos internautas. A realidade é que psiquiatras e psicoterapeutas já consideram o uso em excesso da internet um vício. Apesar de ser um assunto bastante discutido nos últimos tempos, ainda há muito a ser esclarecido e, para alguns, provado. Muitos noticiários já apresentam casos de transtornos com indivíduos viciados, que não saem de casa há anos, não frequentam a escola ou até mesmo não cuidam de sua aparência ou saúde por conta da doença. Se para você tais fatos não o intimidam, talvez pesquisas realizadas com alunos do sexto ano ao nono ano da escola Criativa Idade, através do Projeto de Pesquisa Individual (PPI), com o auxílio da professora Rozana Faro o ajude a perceber os dados alarmantes dos jovens usuários.
ENQUETE COM ALUNOS DO 6° AO 9° ANO
Dos vinte alunos entrevistados, dezenove usam a internet diariamente. Ou seja, apenas um deles não acessa a web todos os dias. Bom, não acaba por aí. Destes vinte, quatorze deles usam a internet por mais de uma hora quando se conecta. Se você acha que a internet afeta os estudos e o desempenho na escola de uma criança ou adolescente, você e a ciência estão corretas. Cerca de treze alunos (13/20) costumam navegar pela rede por um tempo superior àquele gasto em leituras.
Se formos pensar por um lado, a rede certamente traz entretenimento. Dezesseis alunos de vinte (16/20) possuem mais de três redes sociais, incluindo e-mail. Para piorar, dois dos vinte (2/20) possuem mais de dez redes sociais. Os dois que faltam afirmam possuir apenas e-mail como comunicação pela internet. São poucos, não?
TUDO POR UM LIKE
Se muitos comprometem sua própria saúde ao ficarem horas diante de uma tela azul, é possível que você não fique tão surpreso ao ver o que elas fazem para ganhar likes. Like, ou traduzido do inglês “gostar”, é mais conhecido nas redes sociais como “curtida”. Podermos afirmar que muitos usuários, além de viciados na Internet, dependem de curtidas e consideram quanto mais, melhor. Há casos de permanência por horas de internautas com uma câmera na mão tentando tirar uma boa foto para postar. Se a fotografia não ganha muitos likes, ela é deletada.
As modas criadas para aumentar a popularidade nas redes sociais muitas vezes passam do limite, tanto que é mais fácil pensar no que as pessoas não fazem para ganhar curtidas. Uma das modas é a cabeça de cavalo, que sugere um experimento social: fazer turismo vestindo uma máscara em forma de cabeça de cavalo. A loucura não acaba por aí. Uma moda chamada desafio da canela, já está mais do que famosa em sites como o YouTube. A proposta do desafio é a vítima encher uma colher com pó de canela e tentar engolir. O pó irrita as vias nasais, causando reações bem engraçadas e propícias para ganhar curtidas. Agora, sim: O que não fazem para ganharem likes?
SOLUÇÕES PARA O VÍCIO
Para muitos, a Internet se tornou algo de primeira necessidade, de extrema importância para ser feliz. Porém, existem soluções viáveis para todos combaterem o vício. Se você, leitor, já teve ou tem problemas com o excesso do uso de aparelhos, algumas dicas podem fazer a diferença.
Alternar o acesso à Internet com atividades físicas ao ar livre pode ajudar a combater o transtorno. Faz bem ao cérebro variar. Se o indivíduo permanecer várias horas consecutivas online, talvez seja necessário que ele faça uma pausa de quinze minutos a cada quarenta e cinco minutos utilizando o computador. Para pessoas que simplesmente se recusam a se desconectar, estabelecer um horário limite e um tempo fixo para entrar e sair da web ajuda bastante. Se preciso, coloque um despertador para tocar quando você atingir seu tempo limite de uso da rede.
Não podemos negar que há tratamento para um viciado em Internet. Além de dicas básicas para seguir no dia a dia, muitas pessoas procuram profissionais para tratar do assunto. Muitas vezes não é necessário, só precisamos ter autocontrole e sempre priorizar o contato direto com as pessoas. Comunicar com os familiares e amigos ao invés de usar o celular como principal meio de comunicação é indispensável.
CONCLUSÃO
Todos nós queremos estar longe desta doença e, claro, preparados para enfrentá-la. Porém, muitas pessoas não se importam com as consequências e continuam ignorando evidências médicas de que o transtorno existe. Há muitas soluções para tratar este mal, como as citadas acima. Podemos fazer isso de diversas maneiras, harmonicamente e sem violência. Podemos também vencer este vício, fazer o que quisermos. Basta querermos derrotá-lo.
*Beatriz Andrade Avellar é aluna do 9° ano, e escreveu o artigo a partir do trabalho apresentado no PPI 2014, Projeto de Pesquisa Individual.
Parabéns Beatriz. Eu acho que lutamos contra contra um monstro invisível que corrói e destrói o que a humanidade demorou milhares de anos para conquistar: a comunicação.
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