A Escola Criativa Idade localiza-se em Poços de Caldas no sul de Minas Gerais. Destaca-se na cidade por seu projeto único de educação fundamentado no pensamento construtivista. Desafia e instiga a criança a construir seu conhecimento. A escola não só ensina os conteúdos básicos de educação infantil e ensino fundamental como também insere os alunos em uma ação social que já lhe conferiu, pela quarta vez, o título de ESCOLA SOLIDÁRIA pelo Instituto Faça Parte/ MEC/ UNICEF.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Roda de conversa com alunos - Feminismo e Marco Civil da Internet

No último dia 03, os alunos das turmas da manhã da Criativa Idade participaram de um roda de conversa que pautou o Feminismo e o Marco Civil da Internet. Ambos temas  vêm aguçando a curiosidade e permeando as aulas do prof. Lucas Marciano, que promoveu a roda, e ampliou o convite às também professoras da escola Marília Freitas Rossi e Andrea Benetti, gestoras da página Moça, você é machista, além do midialivrista Renan Moreira, que gere o conteúdo das mídias onlines da Criativa Idade.

Com início às 10h, com Marília e Andrea, a roda de conversa teve ampla participação dos alunos, de ambos os gêneros, que tinham perguntas sobre o papel social da mulher e do homem, e das condições impostas muitas vezes por um conceito cultural, ou familiar, que começam a ser revistos ou destacados pela sociedade contemporânea. “Foi super bacana, o que mais me chamou a atenção foi a interação com os alunos, abordando os temas pelo viés social mesmo, sabe? Falamos sobre aborto, machismo, a cultura do estupro, a divisão de tudo em gêneros na sociedade de hoje e até sobre futebol (risos)”, relata Marília, que não esconde a sua satisfação de levar a amplitude do  tema para a Criativa Idade.

Andrea e Marília são lideranças e especialistas no assunto, com histórico de participação em debates públicos na cidade e também na internet, onde a página do Facebook  Moça, você é machista,  virou uma referência na discussão e na reunião de reflexões sobre o Feminismo. - veja aqui uma entrevista na internet.

O conteúdo da página é reunido de maneira a evidenciar o assunto de maneira educativa nos novos meios de comunicação, mais democráticos e livres. “Antes de mais nada acreditamos numa educação libertadora, que é o papel do Feminismo também. Através do Moça, você é machista, abrimos espaço para diálogos, discussões, debates. A visibilidade da página abre essas portas de intervenção social que são essenciais para a conscientização acerca da igualdade de gênero, sexualidade, machismo e feminismo”, destaca a gestora da página, que já tem mais de 358 mil fãs. E finaliza, com sua visão de educadora : “Pôr a galera pra pensar, na escola, é uma oportunidade sem igual para mudanças sociais maiores, agindo sobre a reflexão dessas crianças durante sua formação”.

Na sequência, o debate sobre o Marco Civil da Internet tomou a atenção dos alunos, que puderam consultar o midialivrista Renan Moreira sobre o assunto, passando principalmente por alguns trechos do documento, que ressoam ainda muita dúvida nas atuais discussões presentes na internet e nas redes sociais, e também fora delas.

“Foi um debate muito participativo, pois haviam ali diversos discursos que carregavam ainda dúvidas ou compreensões equivocadas que buscavam uma referência profissional. Ao invés de formar uma opinião coletiva, a minha ideia era facilitar a construção de opiniões individuais, autênticas e pessoais, esclarecendo pontos que muitas vezes ficam subentendidos nos telejornais ou na própria rede, onde a linguagem meramente técnica ou leiga ajuda a confundir também”, esclareceu Renan. 

Com mãos levantadas a cada chance de perguntar, os alunos também contribuíram com experiências deles próprios com conteúdos de redes como Youtube e Facebook, e a possibilidade disso se tornar menos livre ou mais democrático a partir do Marco Civil da Internet. “A importância maior é entender que o Marco Civil não é uma política partidária ou desse governo ou daquele governo. É um documento que começou a ser redigido pela sociedade civil em meados de 2010, e que só agora ganha intervenções de parlamentares das Câmara de Deputados e do Senado. É nesse momento final que ele deve ser sim reestudado mas também não diferenciado do que população propôr na sua redação original. O Marco Civil tem que ser entendido como uma carta de direitos do internauta, e não como uma lista de restrições”, explica o midialivrista, que também é pesquisador da Cultura Digital junto ao Coletivo Corrente Cultural em Poços de Caldas. “Juntos, em organizações como a escola, como um grupo de pessoas, fóruns, debates e outros mais, é que podemos esclarecer e melhorar nossas convicções sobre este tema”, finaliza.

Links sobre o tema, recomendados por Renan Moreira:


A Roda de Conversa entre alunos é uma proposta que sempre cabe ao ambiente escolar e, com a mediação de professores e especialistas de cada assunto, podem ainda ser potencializadas a um ambiente peculiar de trocas e compartilhamentos de saberes, que por sua vez, somam-se a valores pessoais e formam opiniões com bons argumentos, assim como também, promovem o respeito às divergências. 

É no pensar diferente, que surgem novas confluências e a junção de ideias inovadoras para um mundo melhor.

Um comentário:

  1. Mentira, a página Moça você é machista NÃO abre espaço para diálogo e debate. Eles só permitem comentários de quem concorda com tudo. Quem abre um leque maior de argumentos é bloqueado da página SEM EXPLICAÇÃO E SEM DEBATE NENHUM. E não estou falando de machistas, e sim pessoas que mesmo apoiando o feminismo apontam alguns exageros na página. Depois não adianta reclamarmos que a direita nos chama de totalitários.

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