Com início às 10h, com Marília e Andrea, a roda de conversa teve ampla participação dos alunos, de ambos os gêneros, que tinham perguntas sobre o papel social da mulher e do homem, e das condições impostas muitas vezes por um conceito cultural, ou familiar, que começam a ser revistos ou destacados pela sociedade contemporânea. “Foi super bacana, o que mais me chamou a atenção foi a interação com os alunos, abordando os temas pelo viés social mesmo, sabe? Falamos sobre aborto, machismo, a cultura do estupro, a divisão de tudo em gêneros na sociedade de hoje e até sobre futebol (risos)”, relata Marília, que não esconde a sua satisfação de levar a amplitude do tema para a Criativa Idade.
Andrea e Marília são lideranças e especialistas no assunto, com histórico de participação em debates públicos na cidade e também na internet, onde a página do Facebook Moça, você é machista, virou uma referência na discussão e na reunião de reflexões sobre o Feminismo. - veja aqui uma entrevista na internet.
O conteúdo da página é reunido de maneira a evidenciar o assunto de maneira educativa nos novos meios de comunicação, mais democráticos e livres. “Antes de mais nada acreditamos numa educação libertadora, que é o papel do Feminismo também. Através do Moça, você é machista, abrimos espaço para diálogos, discussões, debates. A visibilidade da página abre essas portas de intervenção social que são essenciais para a conscientização acerca da igualdade de gênero, sexualidade, machismo e feminismo”, destaca a gestora da página, que já tem mais de 358 mil fãs. E finaliza, com sua visão de educadora : “Pôr a galera pra pensar, na escola, é uma oportunidade sem igual para mudanças sociais maiores, agindo sobre a reflexão dessas crianças durante sua formação”.
Na sequência, o debate sobre o Marco Civil da Internet tomou a atenção dos alunos, que puderam consultar o midialivrista Renan Moreira sobre o assunto, passando principalmente por alguns trechos do documento, que ressoam ainda muita dúvida nas atuais discussões presentes na internet e nas redes sociais, e também fora delas.
Com mãos levantadas a cada chance de perguntar, os alunos também contribuíram com experiências deles próprios com conteúdos de redes como Youtube e Facebook, e a possibilidade disso se tornar menos livre ou mais democrático a partir do Marco Civil da Internet. “A importância maior é entender que o Marco Civil não é uma política partidária ou desse governo ou daquele governo. É um documento que começou a ser redigido pela sociedade civil em meados de 2010, e que só agora ganha intervenções de parlamentares das Câmara de Deputados e do Senado. É nesse momento final que ele deve ser sim reestudado mas também não diferenciado do que população propôr na sua redação original. O Marco Civil tem que ser entendido como uma carta de direitos do internauta, e não como uma lista de restrições”, explica o midialivrista, que também é pesquisador da Cultura Digital junto ao Coletivo Corrente Cultural em Poços de Caldas. “Juntos, em organizações como a escola, como um grupo de pessoas, fóruns, debates e outros mais, é que podemos esclarecer e melhorar nossas convicções sobre este tema”, finaliza.
Links sobre o tema, recomendados por Renan Moreira:
A Roda de Conversa entre alunos é uma proposta que sempre cabe ao ambiente escolar e, com a mediação de professores e especialistas de cada assunto, podem ainda ser potencializadas a um ambiente peculiar de trocas e compartilhamentos de saberes, que por sua vez, somam-se a valores pessoais e formam opiniões com bons argumentos, assim como também, promovem o respeito às divergências.
É no pensar diferente, que surgem novas confluências e a junção de ideias inovadoras para um mundo melhor.
Mentira, a página Moça você é machista NÃO abre espaço para diálogo e debate. Eles só permitem comentários de quem concorda com tudo. Quem abre um leque maior de argumentos é bloqueado da página SEM EXPLICAÇÃO E SEM DEBATE NENHUM. E não estou falando de machistas, e sim pessoas que mesmo apoiando o feminismo apontam alguns exageros na página. Depois não adianta reclamarmos que a direita nos chama de totalitários.
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