Texto riginalmente publicado em 28/10/2013 no site do Corrente Cultural.
Por Mídia Corrente Cultural
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| Foto: Criativa Idade. |
O tema do fórum foi “Economia Solidária e Suas Alternativas: onde e como se aplicam? Quem faz economia solidária? Quais são os objetivos dessa vivência?”. O jornalista Luis Nassif, que é poços-caldense e mostrou entender o contexto histórico em que a cidade está inserida, dissertou sobre a importância da economia solidária e de como isso pode ser trazido para realidade de Poços.
Nassif enfatizou o novo momento que vive a sociedade, principalmente no que diz questão ao empoderamento das pessoas através da internet e de políticas sociais, o que afeta diretamente a forma que os governantes devem conduzir suas ações. O jornalista citou como exemplo a Casa Fora do Eixo, modelo dessa nova forma de organização com conceitos ligados a economia solidária, criando uma nova forma de valorização de trabalho que não a do capitalismo tradicional.
“Quando se fala em construção social e economia solidária é algo que envolve um conjunto de partes relevantes, esse conjunto de partes só consegue se envolver se conhecer. Então esse fórum foi uma excelente oportunidade de ver o pessoal que está na linha de frente tentando sensibilizar as pessoas sobre economia solidária, o pessoal das universidades que pode trazer a metodologia para dar consistência e a parte de política que é você estabelecer políticas públicas aqui para entrar em contato com Brasília, Belo Horizonte, grandes empresas e ter as formas de financiamento. Pelo que eu vi aqui, pelo conjunto de possibilidades aqui de Poços, a cidade já tem todas as peças para sair jogando de uma forma muito mais completa e o principal é já ter essa base que empunhou a bandeira da economia solidária”, explica Nassif, que ressalta que a política econômica é formada a partir de um conjunto de pressões que vêm da sociedade.
“Sem a economia solidária os fracos não têm voz, então o fato de você ter grupos organizados permite participar com muito mais eficiência do jogo democrático. Política e economia não têm separação, qualquer política econômica que ignore a realidade social está condenada ao fracasso e a realidade social tem que ser pautada por algumas ligações e restrições fiscais, mas o mais importante é a parte social, a construção social efetivamente”, conclui Nassif.
Gesol e a prática da economia solidária em Poços
Os representantes do Grupo de estudos da Micro Regional de Economia Solidária (Gesol) tiveram um papel importante no fórum, contextualizando a discussão ao que está acontecendo de ações efetivas no que diz respeito a economia solidária em nossa região.
Sarah Helena de Souza Silva é membro do Gesol e destaca que o grupo trabalha com a demanda da economia solidária para o fortalecimento da mesma na região. “Acredito que esse fórum foi importante no sentido de agregar mais pessoas, atraindo o público universitário, os professores, o poder público e gestores públicos, trazendo essas pessoas mais para perto da discussão da economia solidária aqui em Poços, além de agregá-los nas ações”, diz Sarah, que conta um pouco das ações que já vêm acontecendo na cidade.
“Há mais ou menos um ano nós estamos tentando rearticular o movimento aqui em Poços. Em julho realizamos uma feira independente de economia solidária onde conseguimos atrair tanto a população da cidade quanto os empreendimentos que passaram a se apropriar melhor da questão de formação, que deve andar junto com o comércio e com a articulação política e cultural. Foi um espaço muito bacana, com a participação do Coletivo Corrente Cultural, onde conseguimos criar um espaço bem democrático para todas as manifestações possíveis, além da econômica. Atualmente, um dos nossos objetivos é conquistar uma sede fixa, tanto para a venda de produtos da economia solidária, como um ponto fixo para as reuniões, encontros e debates. Outro objetivo é a divulgação maior para a população em geral, isso tem acontecido através da universidade, a Puc tem nos chamado para ir lá falar sobre o tema, os alunos têm se interessado, eles têm mostrado interesse de desenvolver trabalhos científicos nessa área. Há creches na cidade fazendo trocas solidárias no dia das crianças, a própria Criativa Idade, que é uma escola particular, tem desenvolvido ações nessa área, então eu acredito que nós temos avançado muito”, relata Sarah.
O que é Economia Solidária?
Economia Solidária é um jeito diferente de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.
A economia solidária vem se apresentando, nos últimos anos, como inovadora alternativa de geração de trabalho e renda e uma resposta a favor da inclusão social. Compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário. Nesse sentido, compreende-se por economia solidária o conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas sob a forma de autogestão.

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