Por Laura Conti
Sabemos que o período inicial da alfabetização é extremamente importante e um tanto quanto complexo para os nossos pequenos. Desta maneira, envolvê-los em um ambiente lúdico, seguro e repleto de sentido torna-se a grande chave para que este processo se dê de maneira instigante e prazerosa. Na escola, temos sempre o cuidado em oferecer um amplo repertório de acesso à língua oral e escrita.
Segundo Ferreiro e Teberosky (1999) os pequenos quando inseridos em um ambiente alfabetizador passam por um processo contínuo de construção e elaboração de hipóteses. Neste sentido, as estudiosas trouxeram, com o desenvolvimento da psicogênese, uma nova visão do processo de aprendizagem, e colocam em evidência que:
“A criança constrói hipóteses, resolve problemas e elabora conceituações sobre o escrito. Essas hipóteses se desenvolvem quando uma criança interage como o material escrito e com leitores e escritores que dão informação e interpretam esse material escrito. As hipóteses que as crianças desenvolvem constituem respostas a verdadeiros problemas conceituais, semelhantes aos que os seres humanos se colocaram ao longo da história da escrita.” (TEBEROSKY E COLOMER, 2003, p. 45)
Assim, além de proporcionar situações reais de leitura e produção de diferentes textos, há uma preocupação maior em desenvolver um trabalho sistemático de reflexão fonológica, de modo a possibilitar que os pequenos criem hipóteses sobre a escrita e avancem no processo de apropriação da escrita alfabética.
Pautados nestes objetivos, é que iniciamos neste 2º semestre o projeto de estudo “No ritmo da rima”, com apoio das obras literárias: “Rima ou Combina?” da autora Marta Lagarta, “Você troca?” de Eva Furnari e “A peleja do violeiro Magrilim com a formosa princesa Jezebel” de Fábio Sombra (além do trabalho psicomotor com a corda, músicas que tratam do tema e cantigas populares) que o estudo virou divertimento. Neste contexto, constata-se que trabalhar a consciência fonológica, significa possibilitar que os pequenos desenvolvam ainda mais suas habilidades na aquisição escrita da língua alfabética.
Além de proporcionar um ambiente divertido de estudos, trabalhar com rimas estimula a percepção do ritmo, pois, as crianças, gradativamente, vão percebendo a flexibilidade da língua. Também possibilita a ampliação do vocabulário, pois o aluno se vê estimulado a pesquisar e explorar novas palavras em busca de rimas, desenvolvendo a oralidade.
A leitura de textos rimados se presta muito bem à leitura em voz alta, desta maneira, os pequenos desenvolvem sua percepção para a comunicação em público, passando a se atentar para entonação da voz e ritmo.
As rimas também permitem diversas análises e comparações de partes sonoras e gráficas em diferentes palavras e, ao refletir e discutir sobre estas semelhanças/diferenças, os alunos vão, gradativamente, estabelecendo relações entre o som e a grafia do que se deseja ler ou escrever.
Divirtam-se com as criações dos nossos pequenos!
“Brincar com as palavras virou empolgação,
Aprendemos a fazer rimas e escrever de montão!"
Obs.: Clique nas imagens para ampliá-las.
¹Texto produzido pela professora Laura Conti do quinto período da Educação Infantil.
Bibliografia:
FERREIRO, Emília e TEBEROSKY, Ana. Psicogênese da língua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999.
SOMBRA, Fábio. Cordel e viola: literatura popular em versos na formação de leitores. Belo Horizonte, MG: Lê, 2012.


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