Seria uma escola fraca por não ter o Ensino Médio? Ou será que não vale mais a pena investir em uma escola que já ensina outra língua além do inglês, que ‘todo mundo fala’? E o construtivismo, é bom?
Nesse artigo sugerido por Luciana Dabdab, mãe das alunas Carol e Gabriela que estudam na aqui escola Criativa Idade, a jornalista (e também mãe) Rita Lisaukas entrevista o psicólogo e psicanalista Eduardo Sá, professor da Universidade de Coimbra. A motivação para o papo foi as diversas afirmações e dúvidas de outros pais que sempre chegavam aos ouvidos de Rita, muitos movidos por ‘achismos’ sobre a educação e o melhor para seus pequenos filhos. “Por que é que a escola dá tanto às crianças, mas não necessariamente o que mais precisam?”, é a pergunta de divulgação do livro de Sá, recém-lançado com o sugestivo título “Hoje não vou à escola – Por que os bons alunos não tiram sempre boas notas?”.
A entrevista foi publicada por Rita em seu blog no Estadão (leia na íntegra aqui), e segue por perguntas simples e respostas contundentes que podem acolher as diversas opiniões entre pais, reforçando argumentos por uma escola mais humana e ”com mais criatividade e menos repetição”, segundo Eduardo em uma de suas respostas por uma escola ideal.
Separamos um pequeno trecho dessa conversa entre Rita Lisaukas e Eduardo Sá. A ordem das perguntas não segue a ordenação no artigo publicado em seu blog, que carrega uma interessante linha de pensamento entre os dois interlocutores. O trecho é um incentivo para que você leia o artigo completo no site do Estadão.
Rita: Tirar boas notas é importante?
Sá:Claro que sim. Mas eu receio que os pais só se preocupem com as boas notas nas provas. E eu acho que eles têm, também, de exigir boas notas nos recreios, boas notas como netos e como filhos. Boas notas em relação seu espírito solidário, e boas notas nos compromissos cívicos. Ter boas notas é importante sim, porque as mesmas competências estimuladas por pessoas diferentes, a propósito de diversas disciplinas, no contexto de grupos distintos, traz mais e melhores performances às crianças, sendo essa versatilidade aquilo com que mais elas se habilitam para o futuro. Assim os pais não se esqueçam que, regra geral, as crianças estão pouco habilitadas para o insucesso e que isso funciona como uma espécie de imunodeficiência adquirida.
Rita: Quando o pai deve apoiar a escola e quando deve questionar suas atitudes? Aqui no Brasil temos um “fenômeno” de enfraquecimento da autoridade de algumas escolas particulares que muitas vezes não conseguem punir o aluno por serem pressionadas pelos pais.
Sá: Os pais são a verdadeira “entidade reguladora” da escola e a escola é a primeira “comissão de proteção de crianças e de jovens em perigo”. Por outras palavras, a escola deve educar os pais, os pais devem educar os professores e as crianças devem educá-los a ambos. Mas isso não pode servir para alimentar um sistema onde o dinheiro “compra” a justiça escolar. Porque se se limita a autoridade de um professor (que é sempre um exercício de sabedoria, de justiça e de bondade) está-se a utilizar o dinheiro para ensinar às crianças que tudo se compra. E, se for assim, os pais estão a pôr as crianças em perigo. Pais como estes, independentemente das escolas que os seus filhos frequentem ou do poder que imaginem que tenham, não podem ter os seus filhos a sua guarda! São pais que educam com maus exemplos. São, portanto, perigosos.
perfeito , adorei o texto. Disse Rubem Alves : "por uma escola que seja céu e não gaiola" ou seja, Que abra e não feche possibilidades internas. Adorei quando disse no texto: "Notas no recreio, notas para netos e filhos" ótimo isso!!!
ResponderExcluirPra mim, escola tem que ajudar a preparar pra vida, e entendo que vida é mais que prova do Enem ou prova da Fuvest. Vida tem a ver com alegria, uso do tempo, relação com os outros, cuidado consigo próprio, conhecimento técnico, curiosidade e sentido no que se faz. Amei!